Por onde começo?

A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) estimou que, em 2020, o Brasil atingiu o maior patamar de empreendedores iniciais dos últimos 20 anos, com um quarto da população adulta do país (53,4 milhões entre 18 e 64 anos) envolvida com o empreendedorismo de alguma maneira. A mesma pesquisa indica que “ter seu próprio negócio” é o 4º sonho mais citado (37%), superando, inclusive, “fazer carreira numa empresa” (23%).

Voltando um pouco mais no tempo, em 2016, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – FIRJAN publicou levantamento no qual identificou que, entre jovens de 25 a 35 anos, o principal motivo para empreender é a realização pessoal.

Dá para ver que não é de hoje que o empreendedorismo vem flertando com o brasileiro. E você, se identificou como um dos adeptos da criação do próprio negócio? Se a resposta é “sim”, mas não sabe por onde começar a se organizar, esta conversa é contigo!

Agora, preciso destacar algo muito importante, que pouco vejo ser abordado: empreender não é para todo mundo, por mais desejo que exista! Então, antes de tudo, te convido a olhar para si e buscar reconhecer no espelho, diariamente, se tem um empreendedor aí dentro com aptidão e pegada para isso, porque o tempo empregado, preocupações e noites sem dormir estarão sempre presentes. Problemas na gestão de pessoas, embates entre sócios, falta de recursos financeiros, tudo isso também mina a capacidade de fazer negócios e empreender.

Entender e trabalhar bem com riscos (porque eles estarão lá), ser um bom líder, saber delegar e pedir ajuda para questões que estão fora do seu controle ou especialidade, ter paciência para desenvolver o projeto e saber se planejar são elementos extremamente básicos, que vêm antes do seu negócio existir.

Para encerrar essa introdução, reforço algumas características comuns em empreendedores de sucesso, para deixar no seu radar e te ajudar a potencializar seu espírito empreendedor:

• Radar de oportunidades sempre ligado. Lembre-se de que sorte é a equação de oportunidades + preparação

• Basear a criação e manutenção do seu negócio na busca incansável de informações – entenda que o cliente é uma das melhores fontes para apoiar a tomada de decisão. Aqui no blog tem um artigo em que já falamos sobre isso. Confira agora

• Jamais negligencie os resultados. Estabeleça metas e faça de tudo para alcançá-las

• Encare o erro como um aprendizado. Se necessário, reveja os fundamentos do negócio. Não afunde o barco por teimosia

• É necessário ter uma visão sistêmica do empreendimento. Um novo negócio não é só um produto, há uma estrutura que precisa ser monitorada para ser entregue. Tenha por perto especialistas que te darão segurança

Bom, agora que está bem claro que o caminho não é nada fácil, vamos conversar sobre o que você não pode deixar de observar e o que é necessário colocar na sua mochila para começar essa jornada no empreendedorismo.

Não é simples empreender no Brasil, enfrentar legislação tributária e ampla burocracia, regulação pesada, dificuldade para conseguir crédito, falta de infraestrutura, impostos altíssimos, e por aí vai....

Para prosperar nesse ambiente digamos pouco acolhedor, há de se tomar altas doses diárias de ousadia e criatividade para equilibrar tantos pratos e pular outras tantas cascas de banana.

Na Undertake, nosso time busca apoiar pessoas e organizações na geração de valor para seus produtos e negócios. Como? Via métodos modernos e colaborativos de direcionamento estratégico na busca de resultados com inovação. Temos um jeito diferente de enxergar os negócios, mas nem por isso desconsideramos as técnicas básicas da administração e os efeitos desse ambiente. É nisto que o jovem (ou novo) empreendedor precisa ficar atento: fazer bem-feito o básico da administração, para que seu negócio sobreviva e seja sustentável.

É muito importante estar atento à capacidade de gerir o futuro negócio, afinal, é bastante provável que a empresa não dê lucro nos primeiros meses, e são vários os casos daquelas que não ultrapassam cinco anos de vida.

Parece desolador, mas, muito pelo contrário, a ideia aqui é te mostrar que é possível se organizar para errar menos, mais rápido e mais barato. Assim, você gera menos impacto negativo e mais valor de mercado para o seu cliente, tornando seu negócio sustentável. Então, se ligue nos cuidados mais básicos:

• Estudo de viabilidade financeira. Um meio de prever a aplicação necessária e o provável retorno. Permite calcular se o investimento de tempo e dinheiro necessários para colocar em prática um plano ou projeto é viável para seus investidores ou você mesmo. Compõem um estudo de viabilidade a análise de mercado, a projeção do fluxo de caixa com receitas, os custos e as despesas do negócio e a análise de indicadores de retorno do investimento.

• Pesquisa de mercado. Instrumento utilizado para estudar o público e a área de atuação de uma empresa, mapeando concorrentes e identificando oportunidades que darão suporte às suas estratégias.

• Plano de negócios. O planejamento proporciona uma visão mais clara e consistente sobre o desenvolvimento do negócio em metas alcançáveis. Nele são definidos o que é o negócio, quais serão os produtos e serviços, o público-alvo, os principais parceiros e fornecedores e as principais estratégias do novo negócio em função do estudo de viabilidade e da pesquisa de mercado.

Nem sempre é receita de bolo, e cada tipo de negócio e suas características precisam ser considerados se necessário flexibilizar, adequar ou mesmo ampliar estudos e pesquisas. Mas fique certo de que, com essas dicas básicas, você já tem o suficiente para começar com pé direito um direcionamento estratégico bem estruturado. Aí, é só você se concentrar em gerar qualidade para o seu produto ou serviço e seguir em frente.

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Um abraço e até a próxima!